Das coisas que eu queria dizer, não há novidade alguma... "estou tão cansada da vida". Das coisas que eu queria ser, e corri a vida feito louca para conquistar... " já não sei mais se consigo chegar lá". Das coisas que eu queria deixar de ser, mas não consigo explicar a existência delas... " que raiva que dá". Dos sentimentos estranhos... " eles não são novos". Sei lá, de repente deu medo (não tão de repente assim). Medo de não saber o que fazer com a própria vida. Medo das surpresas que podem aparecer pelo caminho; medo de que as surpresas sejam um "banho de água fria". Medo de que coisas boas não aconteçam. De que a vida seja sempre igual. Medo de arrependimentos e retrocessos. Medo simples.
A gente sempre acha que precisa mudar alguma coisa na nossa vida; a gente sempre acha que precisa perder 3kg; que precisa cortar o cabelo, malhar, viver um grande amor e bla bla bla, e são tantos clichês que nos cercam que não querer ser um clichê, que não desejar seguir o fluxograma se torna sofrido, não pela cobrança alheia, mas pela cobrança que fazemos a nós mesmos, e isso dá medo.
Hoje eu tô estranha. Hoje não quero corresponder expectativas, não quero criá-las, não quero pedir coisas a Deus que talvez eu não mereça. Hoje eu tô chutando o balde de mim mesma, embora a sensação constante de está com o pé enfiado na jaca me acompanhe. Hoje eu queria poder colocar uma legenda de três meses depois na minha vida e acordar quando as coisas estivessem mais bonitas, porque desde que eu me lembro da vida, há uma nuvem parada sobre a minha cabeça, e eu nunca sei se vai ficar nublado ou vai chover. Se chuvisco passageiro ou tempestades. Talvez tudo. Talvez nada.
Não, eu não quero ser mediocre não. Deus é muito bom pra mim. Não, eu não quero ser coitada não. Tanta coisa conquistei até aqui.Só estou cansada. Cansada desse extremo da minha vida.
Talvez isso seja apenas mau-humor. Quem sabe TPM, saudades ou carência. Quem sabe?
Talvez tudo.
Talvez nada.
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