quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

"Diria também que não há nada, mas isso não seria inteiramente verdadeiro..."

Porque eu inicie 2010 com um sentimento de que este ano tudo será bem mais dificil...
Porque eu tenho carregado uma sensação pessimista que nada dará certo!
Medo de não conseguir concretizar as metas propostas...
Medo de saber, que na verdade, eu não tenho muitas escolhas... eu preciso cumprir os prazos, eu preciso encontrar saidas; um mestrado tão sonhado, que chega ao fim com uma enorme sensação de peso... uma vida profissional mais que frustrada, relacionamentos tão mal resolvidos!

Porque eu desejo e preciso ultrapassar todos os meus limites; porque eu preciso extravassar essa minha mente com mania de grandeza, e libertar-me de todos os limites impostos a mim mesma, por mim mesma...

Porque sinto uma enorme necessidade de sair por ai sem hora pra voltar, sem hora pra dormir! Sem precisar explicar nada pra ninguém... Uma necessidade enorme de rir com os amigos até sentir a barriga doer, de escrever errado em português! Melhor ainda, de não ter que escrever nada científico! Chega de regras da ABNT, chega de acentos e regras gramaticais, chega de Marx, Chesnais, Mandel! Viva a ignorância!

Porque desejo e preciso ultrapassar todas as bordas, todas as margens... comer todos os doces que sentir vontade, fazer todas as caras e bocas que eu quiser... limpar os beijos das pessoas que eu não gosto... fazer castelos de areia e depois destrui-los... acreditar em papai noel, fadas encantadas, coelhinho da páscoa, duendes, super-heróis, lobo mau e bicho papão... dormir pra sonhar com os Anjos... e acordar pra fazer tudo outra vez, com outras cores e novos sabores!

beijos a quem os mereça!

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O que há...

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O QUE HÁ em mim é sobretudo cansaço –
Não disto nem daquilo,
Nem se quer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo.
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém.
Essas coisas todas –
Essas e o que falta nelas eternamente – :
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvidas quem ame o infinito,
Há sem dúvidas quem deseje o impossível,
Há sem dúvidas quem não queira nada –
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimo, íssimo, íssimo,
Cansaço...

(Álvaro de Campos )