segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Desistir?





Eu já pensei seriamente nisso,
mas nunca me levei realmente a sério.
É que tem mais chão nos meus olhos
do que cansaço nas minhas pernas,
mais esperança nos meus passos
do que tristeza nos meus ombros,
mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça.


Cora Coralina

*


Que venha 2013!!!

*

quarta-feira, 30 de maio de 2012

"É preciso respeitar as pessoas como se não houvesse amanhã..."


Definitivamente eu não sou legal. Sempre fui azeda. Pessoa de poucos amores e de muito amor. Gosto de impor minha opinião aos demais. De controlar, dominar, e geralmente acho que tenho razão em tudo o que digo e às vezes faço. Se eu digo que te amo, eu farei tudo por você, sempre que você precisar. Posso ser boba quando gosto de alguém. Mas se eu não te amo, se eu não te amo proteja-se do meu olhar. Há quem me julgue antipática, mal educada e esnobe. Há quem diga que isso tudo é apenas uma máscara. 
Eu o que digo? Sei lá! Acho que sou pura azedura adocicada. A vida exige de nós um pouco de dureza, e é com um pouco de dureza que tento carregar o meu mundinho cheio de conflitos e estranhamentos na minha busca impossível pela perfeição (coisa chata né?). 

Aprendi a sorrir para disfarçar desconfortos. Não me sinto na obrigação de distribuir sorrisos quando não tenho vontade, mas estranhamente, prefiro disfarçar meu rio de lágrimas com um sorriso amarelo, porque eu prefiro ser alvo de duras críticas, do que alvo da pena alheia. Prefiro o julgamento pela minha aparência, do que pela minha verdade. Prefiro ser julgada pela minha antipatia do que pelas minhas fragilidades. 

Às vezes eu também choro bem escondidinha. Chorar faz parte, né? Pois é, faz mesmo! Faz parte do processo de esvaziamento e fortalecimento para as lutas de cada dia. Chorar é dividir com o mundo aquilo que a gente guarda só para nós. Chorar é silêncio transformado em palavra. É a expressão daquilo que não conseguimos dizer. O silêncio fala através das lágrimas. Lágrimas que o mundo não ver, palavras que o mundo não ouve, problemas que o julgamento alheio, sobre a minha pessoa, não resolve.

Então mundo, não devo desculpas por ser quem sou. Não sou legal, e não estou te dando mole, mas sou sensível, acredite se puder!

beijos a quem os mereça!
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domingo, 6 de maio de 2012

"Mas nada vai conseguir mudar o que ficou..."

‎"Eu continuo aqui meu trabalho e meus amigos. 
E me lembro de você em dias assim,
...Dia de chuva, dia de sol.

E o que sinto não sei dizer...

 Só que você foi embora,
 cedo demais minha querida!"

Naquela manhã o dia amanheceu triste em solidariedade a partida dela. Naquela tarde as folhas caiam das árvores, entregavam-se ao vento sem relutância. Aquele três de abril jamais seria esquecido. Era tudo muito injusto. A vida jovem que se ia tão cedo. Os sonhos que não seriam realizados. Os projetos que ficariam inconclusos. Os sorrisos e a voz que não mais poderia ser ouvida. O abraço que não poderia mais ser sentido.  O filho que ficaria sem sua mãe. O marido sem sua esposa. Os pais sem sua filha. Os amigos sem a irmã que a vida lhes permitiu escolher. A lei natural foi invertida, não era possível entender o porquê, por que Ela? Por que agora? .
... A dor da despedia, o silêncio sepulcral. O clima tenso, quente, pesado. E o amor, muito amor. A certeza do amor que não se acaba com a morte. O amor que sobrevive a ausência da matéria. O amor que reaviva a presença e eterniza o ser amado.

O sorriso dela jamais será esquecido. O amor por ela nunca acabará. Não há morte que corte esse vinculo de amor eterno.
As lembranças misturadas na memória... Ela está tão viva ainda... tão viva!

O Céu escureceu aos poucos nesse três de abril. A noite absorveu o dia na plenitude da sua escuridão.  A dor da saudade já era grande... foi vencida pelo cansaço. Como poderia ser possível não poder abraçá-la ao menos mais uma vez? Que absurdo!!! Tinha que ser um sonho ruim. Dorme menina, dorme que passa.

Não era um sonho.
 Trinta dias já se passaram...
 E ainda dói demais.

Tanto amor, misturado com tanta tristeza e com a certeza do reencontro.

 Beatriz Caroline * 28/08/1986
                          + 03/04/2012