"Eu continuo aqui meu trabalho e meus amigos.
E me lembro de você em dias assim,
...Dia de chuva, dia de sol.
E o que sinto não sei dizer...
Só que você foi embora,
cedo demais minha querida!"
Naquela manhã o dia amanheceu triste em solidariedade a partida dela. Naquela tarde as folhas caiam das árvores, entregavam-se ao vento sem relutância. Aquele três de abril jamais seria esquecido. Era tudo muito injusto. A vida jovem que se ia tão cedo. Os sonhos que não seriam realizados. Os projetos que ficariam inconclusos. Os sorrisos e a voz que não mais poderia ser ouvida. O abraço que não poderia mais ser sentido. O filho que ficaria sem sua mãe. O marido sem sua esposa. Os pais sem sua filha. Os amigos sem a irmã que a vida lhes permitiu escolher. A lei natural foi invertida, não era possível entender o porquê, por que Ela? Por que agora? .
... A dor da despedia, o silêncio sepulcral. O clima tenso, quente, pesado. E o amor, muito amor. A certeza do amor que não se acaba com a morte. O amor que sobrevive a ausência da matéria. O amor que reaviva a presença e eterniza o ser amado.
O sorriso dela jamais será esquecido. O amor por ela nunca acabará. Não há morte que corte esse vinculo de amor eterno.
As lembranças misturadas na memória... Ela está tão viva ainda... tão viva!
O Céu escureceu aos poucos nesse três de abril. A noite absorveu o dia na plenitude da sua escuridão. A dor da saudade já era grande... foi vencida pelo cansaço. Como poderia ser possível não poder abraçá-la ao menos mais uma vez? Que absurdo!!! Tinha que ser um sonho ruim. Dorme menina, dorme que passa.
Não era um sonho.
Trinta dias já se passaram...
E ainda dói demais.
Tanto amor, misturado com tanta tristeza e com a certeza do reencontro.
Beatriz Caroline * 28/08/1986
+ 03/04/2012