o mar e a saudade...

Eu estava mais uma vez deitada na areia, o sol estava em chamas mesmo em se tratando de um mês típico de inverno. Deitada na areia sentia cada grão que se unia ao meu corpo, areia úmida, salgada, fina e talvez não tão limpa. Via os pés das pessoas que passavam por mim, eram pés sem rostos, passos sem sons - quando estou próxima do mar, não consigo escutar outros sons que não sejam os das ondas que vêm e vão – pegadas na areia deixadas por desconhecidos. Pensei então, como muitas vezes desconhecidos deixam pegadas em nossas vidas, deixam marcas que as ondas do mar da vida não são capazes de apagar. Perambulamos pela vida das pessoas e as vezes não percebemos o quanto nos tornamos essenciais para o bem estar delas...

Assim como as ondas do mar vem e vão, pessoas aparecem e desaparecem de nossas vidas, podendo causar uma sensação deliciosa de água fria molhando os pés na areia quente, ou se mostrando de maneira violenta causando muitos estragos, até mesmo destruindo vidas...

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Eu gosto do movimento das ondas do mar! Cada onda é única e diferente, em forma, em velocidade, em força... tenho a impressão que Elas sempre levam alguma coisa, e levam mesmo!

As pessoas tem comportamentos muito parecidos com o mar.

As vezes chegam devagar com delicadeza, com beleza e doçura, ai entram em nossas vidas e conquistam o nosso melhor, outras chegam devastando tudo, com agressividade com violência, mas depois se acalmam e mostram a que veio, se revelam para nós... outras chegam de mansinho, depois se mostram com capacidade destruidora, daí vão embora sem explicar, e mesmo assim continuamos a ama-la...amamos suas lembranças e sentimos saudades, daí essa pessoa continua a fazer parte da nossa vida, por que como já disse o poeta “ a saudade é uma forma de ficar”.

Se eu tivesse que desejar algo de ruim a um inimigo eu desajaria a dor da saudade... dor que não se mede... dor que vai e vem ...