terça-feira, 17 de agosto de 2010

Sobre o ciúme

“Porque eu tenho pesadelos que parecem tão reais até quando você me abraça. E eu acordo triste, e brigo de verdade e passo o dia grave e dolorida como quando a gente leva um tombo no piso liso…que é só o passado. É como se eu sentisse um ciúme horroroso do meu livro predileto comprado em sebo, a dedicatória apaixonada que não é a minha, os resquícios do manuseio de outras mãos. Alguém corrompeu o trecho que eu mais gostava quando grifou à caneta algo que não pude apagar com borracha e que era tão secretamente meu. Desenhou corações onde só havia minha dor e eu discordei da interpretação alheia. E achei aquilo tudo de uma crueldade atroz. Mas permaneci com o livro no colo, cheia de um afeto confuso por ele: afeto pelo que era, angústia por já ter sido de outro alguém, e aquela sensação (imbecil) de falta de exclusividade. Eu que sempre achei que tudo é e está para o mundo.Perdoa o meu senso de autoimportância, já que não consigo perdoar o meu egoísmo.Eu sei que em alguns presentes, no embrulho, laços do passado são aproveitados. Eu só queria que eles não fossem tão vermelhos: desses que doem nos olhos e no coração.”

3 comentários:

Guida Rosa disse...

Que blog lindo!cheio de abelhinhas
Já não sei mais quem eu sou
Vou libertar-me deste amor
Que me faz tanto sofrer.
Este sentimento estranho
Que me faz enlouquecer
Percebi que é ciúme
Que eu sinto de você

Fernando disse...

Olá laís

Quanto tempo não venho no seu blog, fiquei mto tempo sem escrever e vejo quanta beleza há em seu blog. Gostei muito do layout e da qualidade de seu texto também. Estou de volta e seu blog é um dos lugares que virei sempre.
bjssss
até mais
fernando

Laiza Menezes disse...

Parabens pelo texto e pelo blog!
Lindíssimo!
Você escreve de maneira leve, sutil...
Se não se incomoda, voltarei mais vezes!